Muito bem senhor cidadão, eu creio que o senhor já me rotulou!
Acredito que me enquadro perfeitamente na categoria em que o senhor me colocou. Eu sou estereotipado, padronizado, marcado, corporativista, e sempre bitolado. Infelizmente, a recíproca é verdadeira. Eu não vou, porém rotulá-lo.
Mas, desde que nascem, seus filhos ouvem que sou o bicho papão, e depois o senhor fica chorando quando eles se identificam com meu inimigo tradicional... O criminoso!
O senhor me acusa de contemporizar com os criminosos, até que eu apanhe um de seus filhos em alguma falta. O senhor é capaz de gastar uma hora para almoçar e interrompe o serviço para tomar muitos cafés por dia, mas me considera um vagabundo se paro para tomar uma xícara de café.
O senhor se orgulha de seu refinamento, mas nem pisca quando interrompe minhas refeições com seus problemas. O Senhor fica fulo quando alguém o fecha no trânsito, mas se eu o pegar fazendo alguma coisa, estarei lhe perseguindo.
O senhor conhece todo o Código de Trânsito, mas nunca porta os documentos obrigatórios. O senhor acha que é um abuso se me vir dirigindo em alta velocidade para atender uma ocorrência, mas sobe pelas paredes se eu demoro dez segundos para atender um chamado seu.
O senhor acha que é parte do meu trabalho se alguém me fere, mas diz que é truculência da policia seu eu devolvo a agressão.
O senhor nem cogita em dizer ao seu dentista como arrancar um dente ou ao seu médico como extirpar seu apêndice, mas está sempre me ensinando como aplicar a lei.
O senhor quer que eu o livre dos que metem o nariz na sua vida, mas não quer que ninguém saiba disso.
O senhor brada: é preciso fazer algo para combater o crime, mas fica furioso se é envolvido num processo.
O senhor não vê utilidade na minha profissão, mas certamente ela se tornará valiosa se eu trocar o pneu furado do carro da sua esposa, ou conduzir seu menino no banco de trás do carro patrulha ou, talvez, salve a vida de seu filho com uma respiração boca-a-boca, ou trabalhe muitas horas extras procurando por sua filha que sumiu.
Assim, senhor cidadão, o senhor pode dizer impropérios e se enfurecer pela maneira pela qual executo meu trabalho, dizendo todos os nomes feios possíveis, mas nunca se esqueça que sua propriedade, sua família e até mesmo sua vida dependem de mim e de meus colegas.
Sim, senhor cidadão eu sou um POLICIAL!!!
O autor deste artigo, o Soldado Mitchell Brow, da Polícia Estadual de Virgínia (EUA) morreu em serviço dois meses depois de escrevê-lo.
Disponiblizamos este texto também em forma de apresentação de Slides do Powerpoint.
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
TEXTO ESCRITO PELO SOLDADO MITCHELL BROW DA POLÍCIA ESTADUAL DE VIRGÍNIA (EUA).
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